sexta-feira, 29 de maio de 2009

Facilidades que a web fornece ao ser humano

Maiara Bombi
Quinto semestre
Durante toda a jornada de sua vida, o ser humano busca diversas maneiras para não cair na rotina. Muitas dessas pessoas possuem certo vício que as prendem diariamente ligadas a tal situação. É simples enumerar os principais vícios ocorrentes na nossa vida, tais como álcool, drogas, jogos e medicamentos, que são capazes de alterar o comportamento social e psicológico do ser humano.

Com o avanço da tecnologia, surgem novos meios de persuasão e viciamento, a tão utilizada internet banda larga. Ela é repleta de jogos, downloads, páginas de relacionamentos, com chat, e-mail, Orkut, blogs, enfim, atividades para prender as pessoas até altas horas da madrugada.

A dependência digital ocorre pela utilização prolongada da internet, agindo praticamente como a dependência química. Entretanto, esta causa danos psicológicos e principalmente neurológicos ao ser humano. É importante realçar os malefícios que essa constante navegação pode causar, haja vista que a aparição da chamada dopamina é certa, ou seja, um neurotransmissor que antecede naturalmente a adrenalina e a noradrenalina que atuam no organismo como estimulantes do sistema nervoso central. A dependência digital estimula a produção da dopamina e provoca uma grande sensação de prazer, resultando na busca por esses momentos. Sem contar que este vício pode provocar compulsão, depressão, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), agitação, irritabilidade, perda de sentimentos e perturbação.

Milhares de pessoas deixam de realizar tarefas importantes e rotineiras para saciar sua vontade de navegação, bate-papo. Às vezes, até se relacionam virtualmente com outras pessoas, uma vez que as conversas frequentes futuramente geram curiosidade, provocando um encontro entre ambas as partes. Neste momento, o perigo se aproxima, porque além de causar efeitos prejudiciais à saúde, a internet pode alavancar e propiciar encontros com pessoas mal-intencionadas. Já vimos nos telejornais, revistas, os inúmeros casos de crianças ou jovens que foram vítimas de pedofilia e tiveram suas vidas destruídas.

Por mais que a ferramenta seja prática, ágil e importante, limites devem ser respeitados para que problemas maiores não venham surgir com o tempo. Os riscos encontrados nas páginas de relacionamento são intensos, afinal, virtualmente, muitas coisas e informações podem ser alteradas, fictícias ou até mesmo mentirosa. Mesmo que atualmente exista a webcam, ou qualquer tipo de câmera para a visualização do indivíduo do outro lado, é impossível de se fazer uma análise ou definir como é ou não é o caráter daquela pessoa.

O envolvimento em sites, buscas por músicas, enfim, qualquer conteúdo virtual é capaz de desvirtuar os pensamentos, o comportamento social de cada pessoa, acarretando o seu afastamento de amigos e familiares.
Do ponto de vista psicológico, a dependência digital é uma patologia e ocorre em alguns casos, não acometendo todos os usuários. Quando se transforma em patologia, deve ser percebida e encaminhada para um profissional competente para que auxilie o indivíduo na busca do autocontrole.

Navegar em excesso pode levar até à compulsão. A saída é reconhecer o distúrbio e buscar ajuda terapêutica. Esse descontrole psicológico deve ser tratado e diagnosticado por um especialista, uma vez que é necessário acompanhamento profissional para que o indivíduo retorne à sua vida normal e que não dependa tanto da internet para seguir adiante.

Os fatores primordiais que levam as pessoas a viverem em função da web são a facilidade e o controle do acesso à internet. O vício é constatado quando a pessoa fica verificando a caixa de entrada do e-mail constantemente, quando participa diariamente em salas de bate-papo, quando utiliza mensageiros instantâneos, jogos on-line e sites específicos. É importante evidenciar que a utilização da internet e seus benefícios não caracterizam a dependência digital e sim o seu isolamento perante o convívio social.

Os dependentes não conseguem controlar seu envolvimento e seu uso com a vida real e social, o que pode, além do isolamento, provocar desconforto emocional.

Quando ocorre em adultos, a dependência digital pode ser tratada com terapias, mas quando ocorre em crianças e jovens, além da terapia psicológica, deve haver a interferência dos pais quanto ao uso do computador. Isso pode ser feito colocando o computador em local visível aos olhos dos pais, estipulando horários para a utilização, invertendo os horários estipulados para navegação, restringindo acesso aos sites visitados compulsoriamente e outras.

A dependência digital já passou a ser patologia psiquiátrica em alguns países. Existem profissionais e estudiosos que já até associam a dependência digital à alcoólica. No Brasil, a dependência ainda não é considerada doença e sim um transtorno que deve ser tratado por um psicólogo o quanto antes para obter melhores resultados.

Para confirmar o problema, basta observar os sintomas aparentes na pessoa, como: se suas tarefas estão concluídas, comportamento. Não existe um perfil formal para o dependente de internet, mas algumas características em comum: a pessoa deixa de se relacionar com parentes e amigos, se afasta da família, não sai mais de casa e, quando questionada sobre quanto tempo está na internet, se esconde e mente.

Outro fator importante: a maioria dos pacientes não percebe, e não admite para si mesmo, que está com problemas pelo uso abusivo do computador. No Brasil, como nos Estados Unidos, no entanto, é constatado um grande número de pessoas acima dos 50 anos dependentes da internet.

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