terça-feira, 14 de abril de 2009

Faro da notícia

Angélica Neri, Cristiano Morato, Diuân Feltrin, Gustavo Caldeira e Rafael Lopes
Quinto semestre
A internet é uma ferramenta promissora para investigações jornalísticas, no entanto, é necessário certo cuidado para desfrutar de seus conteúdos.

Essa é a opinião do jornalista Roberto Alexandre dos Santos, 36 anos, de Araçatuba, que já trabalhou tanto em portais de notícia na internet quanto no impresso. Atuando há 12 anos na profissão, a paixão pelo Jornalismo surgiu “acidentalmente” na vida dele.

Residente na capital paulista, mudou-se para Araçatuba. Apaixonado por música, começou a ministrar aulas de violão no interior. Certa vez, folheando por acaso um jornal, deparou-se com um anúncio que despertou sua atenção: o periódico “A Comarca” (já extinto) estava contratando profissionais para reportagem.

Sem conhecimento algum na área, mas buscando novas experiências, o jovem músico aceitou o desafio. “Em 1997 comecei a trabalhar no jornal, numa época em que o diploma de jornalista não era obrigatório. Desde então, não me vejo trabalhando em outra profissão”, relatou a alunos do quinto semestre no último dia 8, durante entrevista coletiva na aula de Jornalismo On-line e Novas Tecnologias.

Com passagem pelos extintos “Jornal da Cidade” e “Agência Interior”, Santos teve seu primeiro contato com coberturas policiais. “Conheci realmente o que é o Jornalismo e decidi ingressar na graduação”. Em seguida, foi contratado pela Folha da Região, onde permanece até hoje, atuando como repórter especializado na área policial.

De suas inúmeras matérias produzidas, uma lhe rendeu o conceituado prêmio Esso de Jornalismo, na categoria Interior. Trata-se de uma série de reportagens produzidas em 2005, intitulada “A rota das mulas”, que mostrou a rota do tráfico de drogas e como funciona a indústria de cocaína na Bolívia. “Nunca imaginei que poderia ganhar. Em 2004, fui finalista com outra reportagem. Voltando da noite de premiação, ocorrida no Rio de Janeiro, com destino a Araçatuba, já pensava em desenvolver esta pauta”, disse, enfatizando a emoção de ter recebido um prêmio deste nível. “Todo meu trabalho foi reconhecido”.

CONTRIBUIÇÃO
Apesar do excesso de trabalho e das ameaças que já recebeu no decorrer de sua carreira, Santos vê o Jornalismo como uma profissão dinâmica. Além disso, a contribuição social atribuída às suas denúncias garante satisfação no trabalho realizado. Em uma das reportagens, o jornalista abordou um esquema de venda de diplomas fáceis para o ensino médio. “As pessoas pagavam valores estabelecidos e em poucos dias tinham o certificado em mãos. Com a reportagem publicada, a polícia e o Ministério Público agiram e fecharam o escritório”.

Para os futuros jornalistas Santos afirma que a dedicação é fundamental para que o trabalho seja recompensado. “Aconteceu um fato de destaque, não tem como ficar parado. A satisfação de fazer aquilo que gostamos nos impulsiona a realizar um conteúdo de qualidade”, acrescentou.

Assista trecho da entrevista coletiva. Roberto Alexandre destaca, principalmente, as diferenças entre o Jornalismo On-line e o tradicional:

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