terça-feira, 14 de abril de 2009

Duplamente companheiros

Fabrícia Lopes
Quinto semestre
O ano era 1980, o Brasil era governado por um regime autoritário. Neste contexto, uma mãe estava com seus filhos pequenos chorando, devido à falta de leite (produto estava em falta no mercado). Como o choro dos pequenos se intensificava, seu esposo, um operário do ABC paulista, resolveu sair com um amigo à procura do desejado “ouro branco”, pois cada cidadão só podia comprar uma lata de leite.

Mas no meio do caminho um encontro casual acontece. Polícias se aproximam e, sem dar nenhuma explicação, iniciam uma série de agressões violentíssimas. As latas de leite se perderam.

Quando chegou em casa, o operário contou tudo para sua esposa que começou a chorar, enquanto limpava seus ferimentos “Mulher, eu nunca estive em nenhuma greve, nem estou por dentro da luta política, mas de hoje em diante, vou combatê-los”, afirmou.

O nome do esposo é Maurício. A esposa se chama Maria de Fátima. Naquele ano, ele se filiou a PT e milita no partido até hoje. Recentemente, eu participei de uma conferência da esquerda do partido e tive a honra de conhecer este casal, duplamente companheiros.

Nas várias conversas que tivemos, o casal relatou passagens das suas lutas, as noites sem fim de campanha para eleger Lula. Na maratona, os filhos ficavam no banco de trás ainda pequenos.

Enquanto contavam as histórias, eu fiquei emocionada, pois me senti fruto da luta daquela geração e pude refletir sobre a importância da luta política, pois a lutas de hoje farão toda diferença nas conquistas de amanhã.

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