Angélica Neri
Quinto semestre
Nele, Truman Capote traz, com linguagem simples e direta, os desdobramentos de um acontecimento real: o assassinato dos quatro membros da admirada família Clutter, na cidade de Holcomb, no Estado norte-americano de Kansas, em 1959.
O livro, editado pela Companhia das Letras, está em sua 5ª reimpressão, possui 440 páginas, e é referência quando o assunto é o surgimento de um novo gênero: o new journalism.
A obra é fruto da ousadia e comprometimento de Truman Capote, que ao ler no jornal uma pequena nota sobre o crime, decidiu apurar os fatos de uma maneira aprofundada.
Durante seis anos, o escritor se dedicou a investigar. Ele coletou informações, mantendo contato com conhecidos, testemunhas e, inclusive, com os próprios assassinos para a obtenção de aspectos importantes para a estrutura da reportagem. Capote apresentou, de uma maneira diferenciada, um jornalismo capaz de sensibilizar e estabelecer uma aproximação entre o leitor e os fatos, colocando em discussão o tabu da pena de morte e a adrenalina de um mistério.
A repercussão não poderia ser diferente: um verdadeiro sucesso! O texto ganhou espaço em quatro capítulos na revista The New Yorker, e em 1966 destacou-se no mercado editorial, agora como livrorreportagem, ficando conhecido em todo o mundo. Mais tarde, ganhou também prestígio no cinema.
“A Sangue Frio” sugere o rompimento do Jornalismo comum adotado na época. O autor dá um passo importante para a renovação, fato que é facilmente observado em uma narração objetiva e amplamente literária, capaz de provocar emoções e contradizer as regras jornalísticas até então utilizadas.
O livro “A Sangue Frio”, de Truman Capote, tornou-se um ícone do Jornalismo literário, um novo gênero jornalístico, atrativo para adolescentes e adultos, que surge com a evidente aproximação entre a realidade e a literatura, caracterizados pela mistura de sentidos, descrições determinantes e uma maneira peculiar de narrar.
2 comentários:
Angélica,
"A sangue frio" é um clássico entre nós. Mas o que me deixou mais feliz não foi sua indicação de leitura e, sim, o seu texto. Acho que o prof. Taveira não vai se importar se você também postar no "mundo dos jornalistas", vai? Espero sua contribuição!
Abs. Profa. Ayne
O livro realmente é tudo que você disse... ele prende o leitor de tal forma que quando acaba, estamos querendo saber mais sobre o que aconteceu com os envolvidos. A riqueza de detalhes fascima dos mais leigos até os mais especializados no assunto, e com certeza é um cássico obrigatório não só para os estudantes de jornalismo, como para qualquer pessoa que se interesse por jornalismo investigativo.
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