O alcoolismo na juventude

Rosângela Alves Vilela
Sétimo semestre noturno

O alcoolismo na adolescência é um flagelo que o Brasil subestima há muito tempo. Este é um tema muito incômodo, mas importante para a sociedade em geral.

Levantamento nacional sobre o uso de drogas, realizado pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) e pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já atinge 54% dos entrevistados e, destes, 7% já apresentam dependência. O estudo mostrou que entre jovens de 18 a 24 anos, 78% já fizeram uso da substância e 19% deles são dependentes.

Em Glicério, cidade da região de Araçatuba com cinco mil habitantes, o índice é muito grande, conforme levantamento feito pela Secretaria Social, juntamente com o Conselho Tutelar. Zenilda Ferreira da Silva Soares, conselheira tutelar do município, é a nossa entrevistada:

O que é mais preocupante para o município, na briga contra o álcool?
O consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens é crescente, atingindo faixas etárias cada vez mais baixas, sendo altamente preocupante:.O álcool é o grande responsável pela disseminação das drogas ilegais, uma vez que deixa o jovem vulnerável para a experimentação de outras substâncias, como maconha, cocaína, ecstasy, heroína, crack, etc. A dependência de múltiplas drogas é mais comum do que a dependência e abuso de uma droga isolada. Ela aponta outros riscos do consumo excessivo do álcool, como gravidez precoce, contaminação pelo vírus HIV, transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e os danos diretos, que incluem problemas físicos agudos, prejuízos de raciocínio e memória, problemas na aprendizagem, violência, acidentes, violência sexual, maior chance de dependência química na vida adulta e morte precoce. “O álcool é a maior causa de óbito entre 16 e 20 anos” (segundo pesquisa).

Em sua opinião, qual seria a melhor estratégia para combater este problema?
A família deveria buscar mais informações sobre o alcoolismo na adolescência. Um pai bem informado ganha poder de persuasão no diálogo com os adolescentes, e sempre que possível, pôr em discussão o assunto. Propiciar qualidade de vida ao jovem e estimular hábitos saudáveis, como passeios ao ar livre, momentos de lazer em família e sempre ser amigo de seu filho.

Você acha que a bebida denigre a imagem de uma pessoa?
Sim, o ato de beber sem responsabilidade denigre a imagem da pessoa dentro do grupo que vive. Não ficaria legal um jovem de 15 ou 16 anos ser conhecido em seu bairro como “cachaceiro” ou “pinguço”. Ficaria com certo receio de passar por certas ruas da cidade de Glicério onde reside. Aproveito para fazer um breve relato sobre a bebida. Nesse caso, o ser humano, na história, utiliza-se de instrumentos para festejar certas datas especiais para alguns grupos. O homem sempre se utilizou de artifícios para alegrar os convidados de uma grande festividade. E surge a bebida como instrumento para a diversão dos convidados. Então, podemos concluir que a bebida deve ser consumida para momentos festivos, como casamentos, batizados, aniversários, etc., pois são momentos que não acontecem todas as semanas e merecem cuidado especial. Em função disto não se faz necessário o abuso do álcool em todas as semanas no caso dos adultos. Quando menor de 18 anos, evite.